quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Vendedor de Sonhos - O Chamado de Augusto Cury


Há algum tempo atrás eu li "O Vendedor de Sonhos - O Chamado", e gostei muito do livro, principalmente as citações e os pensamentos do 'vendedor de sonhos'. Muitas lições para se aprender, motivos para pensar.
Gostei tanto do livro, que pensei em dividir algumas das melhores partes, na minha opinião, com meus leitores.

Logo no ínicio da jornada com o personagem principal. Nos deparamos com um ensinamento sobre suicídio.

O 'vendedor de sonhos', encontra com Júlio César que por uma série de fatores decidiu interromper sua vida. Do alto de um edifício ele planejava se jogar, estava pronto para isso, ou pelo menos acreditava estar.
O vendedor de sonhos, ao contrário do chefe de polícia e do psiquiatra que tentaram dissuadir Júlio César dessa idéia, simplesmente se sentou no parapeito do edifício, tirou do bolso um sanduíche e começou a cantarolar.
Júlio César queria saber quem era esse homem que ao invés de tentar convênce-lo a não se matar, simplesmente se sentava ali e comia seu sanduíche como se nada estivesse acontecendo. Ele se sentiu desprestigiado, afrontado, desrespeitado em seus sentimentos. E aos berros mandou que o homem enigmático parasse com aquela música, que ele ia se jogar. Diferente do que se esperava o estranho homem reagiu:

- Você quer fazer o favor de não perturbar meu jantar?!
O suicida ficou sem reação, pensando consigo mesmo: "Não é possível! Achei alguém mais maluco do que eu".

Depois de conseguir deixar o suicida muito pensativo com muitas perguntas, o 'vendedor de sonhos' teve o atrevimento de provocá-lo ainda mais:

- Cuidado! Pensar é perigoso, principalmente para quem quer morrer. Se quiser se matar não pense.
Conseguiu o que queria, fisgou o suicida que ficou ainda mais pensativo. E então o 'vendedor de sonhos' falou:

- Não pense! Porque, se você pensar, vai perceber que quem se mata comete homicídios múltiplos: mata primeiro a si, e depois, aos poucos, os que ficam. Se pensar, entenderá que a culpa, os erros, as decepções e as desgraças são privilégios de uma vida consiente. A morte não tem esses privilégios!

Em outro trecho ele levanta a voz para responder a Júlio César que diz:

- Não vejo motivo para continuar esta merda de vida!
- Merda de vida? Mas que ingratidão! Seu coração, nesse instante, deve estar querendo rasgar seu tórax e protestar com lágrimas de sangue o extermínio da vida! - e com uma rara eloquência, mudou o timbre, tentando traduzir a voz do coração do suicida: - "Não! Não! Tenha compaixão de mim! Eu bombeei seu sange incansavelmente, milhões de vezes. Supri suas necessidades... fui o mais fiel dos escravos. E qual é o meu prêmio? Qual a minha recompensa? Uma morta estúpida! Você quer interromper minha pulsação só para estancar seu sofrimento. Ah! Mas que tremendo egoísta você é! Quem me dera eu lhe pudesse bombear coragem! Enfrente a vida, seu egocêntrico!" - e, instigando o suicida, pediu que ele prestasse atenção no peito para perceber o desespero do seu coração.
- Já me sentenciei a morte. Não há esperança.
- Você já se sentenciou? Você sabia que o suicídio é a condenação mais injusta? Porque quem se mata executa contra si mesmo uma sentença fatal sem ao menos se dar o direito de defesa. Por que se autocondena sem se defender? Por que não se dá o direito de argunmentar com seus fantasmas, encarar suas perdas e lutar contra suas idéias pessimistas? É mais fácil dizer que não vale a pena viver... Você é realmente injusto consigo mesmo!
- Quem é você?
- Quem sou eu? Como ousa perguntar quem eu sou se não sabe quem você é? Quem é você, que procura na morte silenciar sua existência diante de uma platéia assombrada?
- Eu? Quem sou eu? Sou um homem que em poucos momentos deixará de existir. E já não saberei quem sou eu e o que fui.
- Pois eu sou diferente de você. Porque você parou de procurar a si mesmo. Tornou-se um deus. Enquanto eu diariamete me pergunto: "Quem sou?" - E mostrando astúcia, fez outra pergunta: - E quer saber qual é a resposta que encontrei?
O suicida, constrangido, meneou a cabeça, dizendo que sim. O 'vendedor de sonhos' prosseguiu:
- Eu lhe respondo se primeiramente me responde. De que fonte filosófica, religiosa ou científica você bebeu para defender a tese de que a morte é o fim da existência? Somos átomos vivos que se desintegram para nunca mais resgatar a sua estrutura? Somos apenas um cérebro organizado ou temos uma psique que coexiste com o cérebro e transcende seus limites? Que mortal o sabe? Você sabe? Que religiosa pode defender seu pensamento se n~´ao usar o elemento fé? Que neurocientista pode defender seus argumentos se não usar o fenômeno da especulação? Que ateu ou agnóstico pode defender suas idéias sem margem de insegurança e sem distorções? - e antes de receber qualquer resposta, de quem o ouvia, deu um ultimato:
- Somos dois ignorantes. A diferença entre nós é que eu reconheço que sou.

Uma chuva de palavras, com grande poder de persuasão, não é difícil saber o final dessa conversa. Claro que o 'vendedor de sonhos' conseguiu disuadir Júlio César da sua inicial vontade. Um homem de 40 anos que perdeu o pai vítima da mesma decisão que minutos antes ele tomara, quando tinha apenas 6 anos. Viu seu pai sangrando no chão após ouvir o disparo. Mal começava a vida e já perdia a infância, sua inôcencia. Sua mãe, viúva e pobre, tinha de trabalhar fora, lutou muito porém contraiu um câncer e morreu quando ele tinha doze anos. Foi criado por tios, passava de casa em casa. Foi um adolescente irritadiço, pouco afeito às festas de família. Pudera: não poucas vezes, era tratado como empregado e tinha de se calar.
Júlio César havia desenvolvido uma personalidade agressiva. Era pouco sociável, tímido e intolerante. Sentia-se feio e mal-amado. Para não se destruir, compensara seus conflitos no estudo. Com dificuldades, entrou para a universidade e tornou-se um aluno brilhante. Trabalhava durante o dia, ia para a faculdade à noite, estudava nas madrugadas e nos finais de semana. Tornou-se um professor respeitadíssimo. Casou-se teve um filho, João Marcos. Mas não foi um bom amante nem bom pai. O tempo passou, e se apaixonou po uma aluna quinze anos mais jovem. Tentou seduzi-lá, comprá-la, contraiu dívidas. Acabou com seu crédito e perdeu sua segurança, e no fim ela o abandonou. Sua esposa descobriu seu caso e o abandonou também. Quando ela se foi ele percebeu que ainda a amava, não podia perdê-la! Tentou reconquistá-la, mas ela estava cansada do intelictual que nunca fora afetivo, que era pessimista, deprimido e ainda por cima falido. Deixou-o.
João Marcos, seu filho, caiu no mundo das drogas. Agressivo sempre o acusou de nunca ter brincado ou ter sido amável, companheiro e amigo. Foi várias vezes internado. Mora em outro estado e se recusa a falar com ele. Resumindo, desde os cinco anos, ele conleciona incontáveis abandonos. Alguns por culpa dos outros, outros por sua própria culpa.

Esses foram os motivos para Júlio César pensar em acabar com sua vida.
Isso nos faz pensar: Esses são motivos suficientes para acabar com uma vida, parar os batimentos do seu coração? São esses motivos suficientes para tomar lugar de DEUS, usando o poder de interromper uma vida?
Não sei, pra alguns pode parecer que não, que essa pessoa é fraca, não sabe lidar com os problemas. Quem sabe? Pode ser, mas talvez pode não ser. O sofrimento para ela pode ser tão grande, que ela imagina que a única solução é se matar. Mas nós temos o direito de interferir na vontade de DEUS? Temos o direito de acabar com a maior obra criada pelas mãos do SENHOR?
Eu acho que não, acho que não podemos nos colocar no lugar do NOSSO CRIADOR, interrompendo nossa vida. Por maior que seja o problema, nada é maior que o PODER e o AMOR de DEUS nas nossas vidas. Nada é capaz de ofuscar o brilho e a luminosidade que só DEUS pode ter.
Essa história foi escrita por um escritor, inventada e imaginada por ele, mas muitos estão com esses mesmos problemas, estão passando pelas mesmas coisas que Júlio César passava. Porém não devemos nos render aos problemas, não devemos nos curvar para as adversidades da vida.

Jesus disse: Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. (Mt 5.21)

Você pode acabar com o seu sofrimento rápido, mas fará outros sofrerem ainda mais com sua morte.
Lembre sempre que: Não existe impossível para DEUS, basta apenas você crer na sua palavra.

(Alguns trechos tirados do Livro 'O Vendedor de Sonhos - O Chamado' de Augusto Cury, editora Academia, todos os direitos reservados)
 
© Template Scrap Suave|desenho Templates e Acessórios| papeis Bel Vidotti