terça-feira, 29 de setembro de 2009

Todos temos algo de bom!


Todos nós temos algo de bom. Por pior que alguém possa parecer, basta que lhe prestemos atenção para descobrirmos que ninguém é totalmente despido de bondade. Alguns se afeiçoam apenas aos animais, outros amam tão somente os filhos, outros ainda procuram proteger seus comparsas. Todo sentimento sincero, ainda que direcionado aos mais empedernidos, revela a semente da bondade.


Não existe no mundo quem não tenha praticado uma ação digna, por menor e mais insignificante que possa parecer. Não há aquele cujos pensamentos e sentimentos, por uma fração de segundo que seja, não se tenha voltado para seu irmão com uma pontinha de piedade ou arrependimento.


E isso porque todos nós, sem exceção, somos dotados da centelha divina que nos acompanha desde a nossa criação. Alguns, mais ávidos e mais corajosos, aprendem com maior rapidez essa verdade e logo alcançam a paz interior, alcançando planos mais elevados de compreensão. Outros, mais embrutecidos, teimam em persistir apegados a falsos valores de felicidade e se perdem nas vias do terror, inflingindo-se sofrimentos e vicissitudes que poderiam ser contornados.


Mas todos, inexoravelmente, estamos caminhando em direção ao mesmo objetivo. Todos almejamos crescer, aprender, ascender ao invísivel de uma forma pela e segura, mais consciente, menos sofrida, mais verdadeira e amorosa. É para isso que lutamos, caímos, nos levantamos. É com esse objetivo que enveredamos pelo espinhoso caminho da descrença, da culpa, do orgulho, do desamor, da crueldade. Não são esses sentimentos aspectos negativos do caráter humano. São meras etapas necessárias à compreensão do verdadeiro amor. Muitas vezes, é preciso conhecer o mal para que possamos valorizar o bem e aceitá-lo como verdade absoluta em nossos corações.


Assim é a vida, desde seus primórdios. Em todos os tempos, todas as eras, todos os lugares, o homem vem travando furiosa batalha consigo mesmo, contra seus instintos, seus temores, seu orgulho. É uma luta constante, porque o maior inimigo do homem é ele mesmo, contra quem precisa constantemente lutar para impor, não pela força, mas pelo amor, a compreensão verdadeira da vida.


É com esse sentimento que devemos entender as épocas mais negras da História, aquelas cuja lembrança nos causa arrepios e em que pensamos nada existir de bom. Em tudo na vida há um bem, ainda que só apareça o mal, porque o mal é mera ilusão. O que vulgarmente chamamos de mal não passa de uma falsa compreensão das verdades divinas. Quando realmente conseguirmos alcançar a magnitude dos desígnios de DEUS, estaremos prontos para olhar o mal como algo que ainda é necessário, ao menos por enquanto, para que possamos realmente compreender o bem. Poque o bem nada mais é do que uma singela consolidação das leis da natureza. A natureza não era nem é má. Ela simplesmente existe, simplesmente acontece. Assim é também o bem. Ele existe dentro de nós desde a nossa criação e está apenas à espera do momento em que façamos acontecer.


DEUS está sempre conosco, ainda que não o desejemos, ainda que não acreditemos NELE. Porque é infinito em amor e sabedoria, em compreensão e benevolência, sabe de tudo o que necessitamos, antes mesmo que pensemos em lhe pedir. E sabe que não somos, em essência, nem maus, nem cruéis. Somos ingnorantes e imaturos, mas inteligentes o bastante para reconhecermos quando é chegada a hora de abandonar a infância das trevas e aprender.



Leonel




(Prefácio do livro Giselle: A amante do inquisidor, da autora Mônica de Castro - Editora Gráfica - Todos os direitos reservados)


 
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